segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

sou eterna nessa Brasila

eu ia chamar o post de "diário de bordo" mas é um titulo tao besta (e previsivel, e geralmente impróprio) q ia AFUGENTÁ-LOS.

MAS era inspirada no livro q acabei de ler esses dias, do Poe, "O relato de Arthur Gordon Pym", uma viagem (nos dois sentidos (ha-ha); no literal, de barco). achei q começou ótimo apesar de eu nao entender 98% dos termos nauticos, mas o fim foi uma decepcao. de todo modo recomendo. li a edicao pocket da L&PM q tinha aqui no ape.

ontem li o conto "Noites brancas" do Dostoievski, muito engraçado e FOFO até, nunca tinha lido nada tao light dele. recomendo fortemente. e taaaao bem escrito (claro, SAUDEMOS muito a tradutora por isso, nesse caso Ruth Guimaraes), ao contrario de outros livros aqui do ape q tentei ler mas, POR BACO, q falta de talento pro METIER. e estes eram em portugues mesmo, nao dava pra culpar a traduçao.

ainda nesta vibe literaria, finalmente consegui VISLUMBRAR um PRÓ dos kindles-e-afins q me faria adquirir um. ok, sei q há milhoes de PRÓS mas eu, nas CNTP, FATALMENTE continuaria lendo muito mais blogs etc do q livros. tenho lido mais livros aqui pq estou nessa de internet limitada. bom, tentei ler uns "contos escolhidos" (adoro este tipo de titulo) do Kafka mas fui impossibilitada por causa da distancia entre-linhas. consegui relevar a fonte esdruxula (a ediçao é de 2000, nao justifica a fonte Correio do Povo 1900) e tentei me concentrar no CUNTIUDO mas nao deu. e o melhor é a frase na contracapa: "uma ediçao Itatiaia é sempre um bom livro". lamento mas estao enganados, pra mim estragaram o livro. ENTAO me ocorreu q isso sim seria um belo PRÓ nesses APARELHOS, poder formatar TUDO conforme o proprio gosto.

***

mas eu ia mesmo era falar da guerra em Milao, dos norte-africanos X sul-americanos. no sabado um peruano matou a facada um egipcio e aí começou a BARBARIE. a COMUNIDADE egipcia recebeu reforços da marroquina e foram CAÇAR "sul-americanos" pelo bairro. os italianos muito sensatos aderiram, jogando coisas em ambas FACÇOES pela janela.

eu nao tinha noçao e fiquei muito irritada qdo percebi como ninguem se mistura aqui. todo mundo sabe q estrangeiro é discriminado e tal, mas é muito pior. em milao passei por um bairro todo chines. letreiros das lojas todos em chines, ÀS VEZES tambem em italiano. a cada 20 pessoas com cara de chines na rua, 1 sem cara de chines. o q eu deduzo é q os chineses vêm, vao morar ali, trabalhar com seus parentes/amigos chineses e era isso. posso pensar ok, chines é uma cultura tao distante, é mais dificil mesmo se integrar... mas é assim com todos.

fiquei até surpresa com o quanto fiquei puta com isso. sei lá, o "normal" seria lamentar oh q pena a coisa chegar neste ponto e blablabla mas eu me irritei. vai ver é aí q RESIDE toda a minha BRASILIDADE hahhahaha, na questao CALDEIRAO DE CULTURAS (premio pra quem CUNHOU esta expressao). 

enfim. IRRITANTE.

***

ah, aproveitando o "diário de bordo", esqueci de contar antes q parei de ir nas tais aulas.

eram bem deprimentes, só mulher, a maioria delas casada com um italiano e obviamente "nao integradas" (imagino q leve aaaaaaanos pra maioria delas conseguir se INSERIR na familia e nos amigos do cara), cada uma falando errado à sua maneira, o q nao seria muito problematico se a professora corrigisse (nao era o caso), a professora leeeeeeennnnntaaaa (acho q deve ser otimo pra niveis iniciais mas essa era a turma mais avançada, dava pra ir mais rapido), e as colegas mais interessantes q podiam contribuir pra elevar o nivel dos assuntinhos "debatidos" nunca mais apareceram, a japonesa professora de piano e a dominicana - essa acho q era mais interessante PRA MIM apenas, pq era a unica americana (das americas todas, digo), e tem coisas q só americanos entre si compartilham. como li uma vez (posso jurar q foi em algum lugar aqui mas nao acho!!!), nós crescemos com chaves e chapolin e isso muda tudo.

***

pra quem nao conhece a referencia do titulo: video aqui. "é site?" hahahahah

8 comentários:

  1. guria, hoje mesmo citei o cabeção eterno nessa brasila em um diálogo. e sonhei contigo! contei lá no repti. ainda bem que há alguém que RECLAMA tanto quanto eu no meu "círculo de blogs". hahahahaha

    issae, reclamar na zoropa é ainda mais IN.

    ResponderExcluir
  2. reclamar é minha missao na terra hahhaha...

    e eu reclamaria muito mais (ando puta com varias coisas aqui) mas reclamar estando na europa faz automaticamente todo mundo q está no brasil te odiar, entao me contenho.

    ResponderExcluir
  3. Pô, eu fiz um comentário sobre o livro do Poe e não apareceu.

    E nem todo mundo vai te odiar se tu reclamar da Europa. Conheço bem essa sensação. :)

    ResponderExcluir
  4. ih a juliana supra-presente (?) reclamou disso hj tb.

    comenta de novo entao, o q era???

    e sobre a europa, INDEED, sabia q tu me compreenderia! mas tu tinha internet pelo menos.

    ResponderExcluir
  5. É que o Arthur Gordon Pym tem outro problema além do final: os MUITOS e looongos trechos de livro-escolar-de-história-anos-80. "Em 1674, Capitão Fulano encontrou a ilha da Fantasia; em 1682 chegaram os primeiros exploradores; em 1690... etc etc etc". Eu lembro que quando cheguei na metade do livro eu começava a simplesmente pular esses trechos por puro tédio.

    Mas enfim, o Moby Dick, que é filho do AGP (agepê?), é provavelmente o livro mais chato de toda a história da literatura, e mais ou menos pelos mesmos motivos. Deviam gostar disso na época.

    ResponderExcluir
  6. ah mas sabe q eu achei isso até "interessante"?

    claro, bem chato pra enfiar num "romance" (?) mas acho q a ideia era justamente deixar bem diario de bordo documental etc, aí achei adequado.

    a única vez q pulei partes num livro foi no 1984, a parte q reproduz documentos/legislacao/manifesto (nem lembro mais o q era) pq minha PORÇAO obsessiva nao conseguiria dormir se eu fizesse isso hahaha

    ResponderExcluir
  7. Na vila onde mora minha cunhada, todos costumavam ser super legais com os primeiros imigrantes que lá apareceram, uma família de albaneses.

    Isso durou até a primeira casa ser roubada...

    ResponderExcluir
  8. Por aqui a integracão dos estrangeiros na sociedade é um pouquinho mais complexa... Os italianos são mais diretos, e falam o que pensam, então é fácil saber o que pensam dos imigrantes.

    Na Suécia, não se "vê" a discriminacão abertamente. Somente quando eu tentei entrar no sistema, descobri que a vida seria muito mais fácil se me chamasse Svensson... Estou seriamente considerando um novo sobrenome, algo como "Martinsson" :)

    ResponderExcluir